Party: GEORGE FITZGERALD • TRIKK

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Party: GEORGE FITZGERALD • TRIKK

George FitzGerald

Um amor que desvanece – “Fading Love”, no original – é o título que George FitzGerald deu ao seu novo álbum, acabado de sair na Domino Records. O título é enganador. Recusamo-nos a aceitar que um álbum que demora 2 anos a ser terminado, é prova de um amor que desvanece. Antes é a confirmação da relação de George FitzGerald com a música, como DJ, produtor e dono duma editora, a ManMakeMusic.

Estreou-se em 2012 na Hotflush Recordings, de Scuba, seguiram-se entre outras a Hypercolour, Aus Music ou a Double Six Recordings. Faixa-rainha é difícil apontar, duns inícios mais quebrados com “Silhouette”, passando por uma remistura para Jon Hopkins e até à unanimidade crítica atingida em “Thinking of You” que viu George enveredar em ritmos 4x4 e apontar ainda mais às pistas de dança. Sim, ele é já uma das mais ilustres figuras daquilo que é apelidado de Bass House ou UK House, a renovação do Garage inglês que se tem tornado sonoridade omnipresente um pouco por todo o lado. Longe vão os tempos em que tocava às quartas feiras num bar de Berlim em troca apenas de cerveja – hoje em dia pode antes ser visto a fazer sets longos no Panorama Bar - mas não restam dúvidas que também isso contribuiu para a sua versatilidade na cabine.

Com o DJing como primeiro amor, é bravo o suficiente para dizer que a música que toca, no fim de contas “é tudo Techno” – fica feito o convite para descobrirmos as subtilezas da sua mala de discos.


Trikk

Quando a Europa saía da onda pós-dubstep e começava a redescobrir as raízes do House, interpretadas via UK com um filtro bastante Garage, Trikk – ou Bruno Deodato – tratou de pôr o Porto no mapa. Em 2012 estreou-se em grande com Jointly, EP de dois temas na ManMakeMusic, editora que pertence ao companheiro desta noite, George Fitzgerald.
Fascinado pelas melodias da tradição de Chicago, mistura o eterno com o novo. O que salta ao ouvido imediatamente: as linhas de baixo, a acompanharem caixas de ritmos familiares que vão cavalgando em síncope por cima de bombos monstruosos. De caminho, roupagens modernas dadas a samples com mais ou menos história – veja-se “Floorwave”, que repescou um tema de Paul Johnson e acabou a abanar pistas de dança mundo fora, com direito até a reedição na gigante Defected. Entretanto emigrado em Londres, onde é certamente mais fácil o contacto com os seus pares sonoros, Trikk regressa à capital sem dúvida orgulhoso no que vem mostrar. Não é uma estreia em Santa Apolónia, mas é mais uma boa oportunidade de dançarmos os ritmos que saíram da Invicta para se mutarem e encontrarem lugar um pouco por toda a parte. Bruno Deodato tem uma palavra a dizer.

Textos Inês Duarte

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George FitzGerald

“Fading Love” is the title of George FitzGerald’s new album, just out on Domino Records. The title is misleading. We refuse to accept that an album that takes two years to be completed, is proof of fading love. Rather, it is the confirmation of George FitzGerald’s relationship with music, as a DJ, producer and owner of a record label, ManMakeMusic.

He debuted as a producer in 2012 on Scuba’s Hotflush Recordings, and would follow with releases on Hypercolour, Aus Music or Double Six Recordings. It’s difficult to pinpoint one hit track, from more syncopated beginnings with “Silhouette”, through his remix for Jon Hopkins and ending up with the critically acclaimed “Thinking of You”, which saw George going for 4x4 rhythms and aiming even more at the dancefloor. Yes, he is already one of the most illustrious figures of what is dubbed Bass House or UK House, the renewal of the Garage sound that has become ubiquitous a bit everywhere. Gone are the days when he used to play on Wednesdays in a Berlin bar in exchange for beer – nowadays he can be seen playing long sets at Panorama Bar - but there is no doubt that this also contributed to its versatility in the DJ booth.

With DJing being his first love, he’s brave enough to say that the music he plays is, after all, “all Techno”. It’s up to us to discover the subtleties of his selection.


Trikk

When Europe was leaving the post-Dubstep wave and starting to rediscover the roots of House, reinterpreted via UK with a very Garage filter, Trikk – or Bruno Deodato – was fast to put Porto on the map. In 2012 he had a prestigious debut with “Jointly”, a two track EP released on ManMakeMusic, label owned by his fellow DJ for the night, George Fitzgerald.
Fascinated by the Chicago tradition melodies, he mixes the eternal with the new. What captures our attention immediately? The basslines, roaring along familiar drum machines running syncopated rhythms over monstrous kickdrums. Along the way we can find some new uses for more-or-less historical samples, for instance in “Floorwave”, the track which reused a Paul Johnson tune and ended up shaking dancefloors all over the world – and even got a re-release on the legendary Defected Records. Having meanwhile left for London, where he can certainly have better contact with his musical peers, Trikk comes back being without a doubt proud of what he has to offer. While this is not his debut here at Lux, it’s another chance for us to dance to the rhythms that left Porto to mutate and find their place a bit everywhere. Bruno Deodato has his say.

Words Inês Duarte

Invited: Diogo Ramalho, Gonçalo Pelágio, João Abreu, Carolina Flores, Isabel Nascimento, Michelle Kratzenberg Mendonça, Clara Alice, Francisco Pavão Nunes, Rodrigo Pires, Ricardo Bruce Miranda, Mafalda Leite, Tiago Rochinha, Diogo Reis Pereira, Gonçalo Salgado, Miguel Teixeira, Pedro Henrique Oliveira, Axel Wickman, Luis Dias, Miguel Santos Alves, Joao Rafael Gonçalves, Sérgio Faria show more »